quinta-feira, 26 de maio de 2016

Esquerdista converte o Capitão América em personagem nazista (ou: Por que o Capitão América é conservador, parte 2)


Há um forte debate entre alguns leitores de quadrinhos sobre que espectro da política norte-americana o Capitão América representa: se liberal (esquerda) ou conservador (direita). Já emiti minha opinião a respeito, neste mesmo blog, no texto "why Captain America is conservative". Defendo a ideia de que Steve Rogers é um conservador, por representar os valores tradicionais dos EUA, sobretudo a liberdade individual (em oposição à igualdade, o valor orientador dos esquerdistas); enfim, por ser o mais "old fashioned" de todos os heróis, dedicado à defesa das "coisas permanentes", conforme célebre expressão de Russell Kirk. Poderia ainda acrescentar que ele representa com orgulho o patriotismo, em oposição à atual onda multiculturalista que na verdade esconde a "cultura do repúdio" (termo utilizado pelo pensador Roger Scruton) isto é: o ódio e má consciência sobre a própria cultura*. (Que o patriotismo não vale nada para os liberais de esquerda, comprova-o o fato de que quando o Superman renunciou a própria cidadania naquela polêmica historinha publicada na revista Action Comics, apenas os leitores e escritores conservadores se incomodaram com isso). 

Mas até então, essas eram minhas interpretações e meus argumentos, que certamente não excluíam a possibilidade de sustentação de interpretações opostas. Afinal, super-heróis, assim como quaisquer mitos, são figuras alegóricas, que oferecem elementos para as mais  diversas interpretações. Mas acho que finalmente temos uma prova de que o sentinela da liberdade não é nem um pouco esquerdista. Digo isso pois o maior sintoma de seu conservadorismo sustenta-se pelo fato de que os esquerdistas o odeiam. Refiro-me, em especial, ao atual escritor do personagem,  Nick Spencer.

Spencer é um esquerdista fanático, que tem utilizado o nobre Sam Wilson, que é o atual substituto de Steve Rogers, como porta voz de suas próprias opiniões políticas. Spencer converteu um dos heróis mais tradicionais da Marvel -- e aqui me refiro ao Falcão, e não ao Capitão -- em algo que se aproxima muito mais de um ativista político do que um justiceiro. Em lugar de enfrentar o mal e combater vilões, que certamente são atitudes ingênuas e "maniqueístas" demais para o progressista hiper-intelectualizado Spencer, Wilson prefere dar declarações públicas sobre sua agenda política ou participar de paradas gays (é sério!). De vez em quando, Wilson enfrenta vilões... que são apresentados como caricaturas grotescas das propostas políticas do partido republicano**, como se o partido em questão não tivesse ampla representatividade eleitoral (no mínimo, quase a metade dos EUA) e que as pretensões de seus eleitores não fossem ao menos razoáveis. O Sam Wilson escrito por Nick Spencer tornou-se um feroz "partisan" que se compromete apenas com a defesa dos interesses da outra metade da população norte-americana, a metade liberal-democrata - embora o nome que ele ostente atualmente, "Capitão América", sugira a representação de todo os EUA***.

Apesar disso, Spencer preservou em Wilson  alguma dignidade. O mesmo não pode ser dito sobre Steve Rogers, o Capitão América original. Com o anúncio do retorno de Rogers à identidade de Capitão América, vem uma bomba: será revelado, em história escrita por Nick Spencer, que Steve Rogers sempre fora um agente pertencente à Hidra (organização criminosa fictícia associada ao nazismo e que fora criada nos anos 60 como uma metáfora da infiltração comunista nos EUA), e que portanto esteve fingindo ser um herói todos esses anos. Pergunto-me se algum escritor de orientação conservadora teria coragem de fazer o mesmo. Mas progressistas adoram inovar. O problema é que só inovamos aquilo que já não nos agrada. O velho Capitão já não significa nada aos olhos de esquerdistas como Spencer. Daí o desejo de mudá-lo radicalmente, ou de brincar com a mitologia do personagem. Aliás, "mudança" e "radicalismo": eis aí duas palavras que definem todo esquerdismo, desde seu nascimento em meio a revolução francesa. 

Aí alguém poderia me dizer: "sou de esquerda, e não concordo com as mudanças propostas por Spencer". A essa pessoa eu responderia que talvez ela não conheça muito bem suas próprias orientações políticas, pois acredito que Spencer está apenas sendo consequente com suas próprias convicções. Rogers é moralista, tradicionalista, patriótico, amante da liberdade individual, antipático a governos interventores (vide "Guerra Civil") e não hesita em derramar algum sangue inimigo quando estritamente necessário. Afinal, ele é um soldado. O que isso tem a ver com as agendas políticas dos eleitores de Bernie Sanders? E, nesta altura, outro poderia dizer: "não seja tolo. É obvio que esta mudança é passageira. Logo tudo se explica e o Capitão volta a ser o velho herói de sempre". Eu sei disso. É óbvio que tudo isso não passa de uma tentativa de vender revistas através de polêmicas grosseiras -- subterfúgio extremamente comum nos anos 90 -- que na verdade funciona como uma confissão tácita do próprio autor sobre sua própria incapacidade para escrever boas histórias nos limites das características do personagem. Mas é ingenuidade acreditar que esse tipo de registro pode ser simplesmente apagado por meio de alguma revelação estúpida que aparecerá na conclusão deste arco absurdo. O estrago já está feito. Muitos já leram o anúncio de que Rogers sempre fora nazista, e pouquíssimos lerão o final da história, que certamente redimirá o velho Capitão. Spencer sabe disso. E certamente não se importa.



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Notas

*Com isso, não desejo condenar, em termos absolutos, o multiculturalismo (e nem Roger Scruton o faz). Em certo sentido, o multiculturalismo não está em contradição com as tradições do ocidente, mas pode até mesmo ser considerado parte da cultura ocidental. Desde nossas origens civilizacionais, tanto na filosofia grega quanto no direito romano, vê-se como marca distintiva do ocidente a abertura para intercâmbios culturais que resultam em processos de aculturação. Este processo adquiriu força com o advento do cristianismo, com sua pregação da lei do amor ao próximo e a doutrina segundo a qual todos são igualmente filhos do mesmo Deus. Depois tivemos as filosofias universalistas do iluminismo e o amadurecimento da Antropologia, cujo pilar principiológico é o relativismo cultural (que significa nada mais, nada menos, que não pode haver critérios comprovadamente científicos para se definir se há culturas superiores ou inferiores, restando ao antropólogo a constatação de que há apenas culturas diferentes entre si). O próprio EUA foi historicamente formado pela imigração, razão pela qual a antropologia norte-americana é tão dedicada à investigação dos fenômenos de aculturação. Portanto, faz parte da tradição ocidental o respeito à cultura estrangeira, e até mesmo a adoção gradual de costumes outrora estranhos. Porém, jamais devemos nos esquecer que a identidade cultural do ocidente é a conditio sine qua non de todo multiculturalismo sadio. Os EUA, para citá-los novamente como exemplo, jamais teria se constituído a partir de tantas imigrações, não fosse pela sua herança cultural do liberalismo clássico-inglês (que não deve ser confundido com o sentido que a palavra "liberalismo" tem adquirido nos EUA, que em muitos aspectos significa até mesmo seu oposto). É justamente isso que parece ser esquecido pela atual onda esquerdista do multiculturalismo, que converte os fenômenos de aculturação, outrora espontâneos, em uma ideologia forçada, causando, muitas vezes, uma violência aos hábitos e costumes locais - vale dizer, à própria cultura. Por isso, hoje assistimos à projeção destes "discursos feitos" - sempre belos na sua superfície, mas horrendos em seus fundamentos - que pregam a inclusão forçada de refugiados do oriente médio, ainda que muitas comunidades ocidentais não estejam prontas para isso. Exemplo disso é o pequeno vilarejo de Sumte, na Alemanha, que comporta cerca de 100 habitantes, mas que fora forçado a receber mais de 700 refugiados da Síria e de outros países (cf. http://www.independent.co.uk/news/world/europe/refugee-crisis-german-village-sumte-shows-the-reality-behind-angela-merkel-s-open-door-policy-with-a6724741.html e http://www.gq-magazine.co.uk/article/germans-response-to-the-migrant-crisis-is-fanning-the-flames-of-european-fascism). Atualmente, os EUA também enfrentam uma crise da política de imigração, principalmente como resultado do alto índice de imigração ilegal oriunda do México e o descontrole do tráfico de drogas que ocorre a partir das fronteiras destes dois países. É óbvio que os EUA estão enfrentando problemas sociais e econômicos decorrentes disso, mas os defensores do multiculturalismo politicamente ideologizado insistem em simplesmente ignorá-los, e taxar de "fascistas" ou "racistas" as crescentes camadas da comunidade que na verdade expressam pretensões que são, no mínimo, razoáveis. O resultado é uma divisão cultural extremamente acentuada, a promoção de discursos de ódio e a potencialização de políticos histriônicos como Donald Trump. Em suma, quando o multiculturalismo deixa de ser tratado como um processo espontâneo de intercâmbio cultural, para ser imposto como agenda política, o resultado é a agressão daquela cultura (a ocidental) que tem sido, em todos estes anos de civilização humana, a própria condição do multiculturalismo. Por tudo isso, arrisco dizer que no fundamento do multiculturalismo ideológico se encontra aquela "boa consciência sobre o estrangeiro", como resultado psicológico da "má consciência sobre si mesmo", conforme as expressões do antropólogo francês François Laplantine. Isto é, o esquerdista abraça a cultura estrangeira menos por amor a ela, do que por ódio de sua própria cultura, que ele secretamente deseja desintegrar e destruir. 

**cf. http://www.breitbart.com/big-hollywood/2015/10/16/captain-americas-new-villains-conservatives/

*** Spencer diz que os republicanos são o "mal". cf. https://douglasernstblog.com/2016/05/23/nick-spencer-calls-republicans-evil-marvel-industry-journalists-yawn-as-customers-walk/. Isso significa que, para Spencer, uma parte significativa do povo norte-americano e, consequentemente, muitos leitores do Capitão América, são terríveis vilões, simplesmente porque nos atuais debates políticos que têm em vista questões bastante problemáticas -- onde ambos os lados podem propor soluções igualmente razoáveis -- tais pessoas não têm concordado com suas opiniões. Fácil perceber o quanto Spencer considera a si mesmo um ente superior que detém o monopólio sobre a Justiça, de modo que a contrariedade às suas opiniões constitui um sólido argumento para a qualificação de alguém como "vilão". Conforme apontei no corpo do texto, essa unilateralidade ideológica de Spencer tem tido reflexos negativos no personagem Sam Wilson, que aparentemente representa apenas o público liberal, enquanto vilaniza os conservadores. Note-se o quanto esta representação é inteiramente arbitrária, porque viola a essência do Capitão América. Quando criado nos anos 40 por Simon e Kirby, o Capitão refletia um país unido em torno de um consenso: o de que qualquer governo autoritário como o Nacional Socialista era intrinsecamente mau. Os debates políticos ainda se davam sobre se os EUA deveriam ou não entrar na guerra. Mas, em geral, ninguém discordava de que a ideologia nazista era cruel. Tais debates terminaram com o ataque a Pearl Harbor, e assim os EUA ingressavam oficialmente na Segunda Grande Guerra. Portanto, o personagem fora criado dentro de uma atmosfera de consenso e identidade cultural, e isso se refletiu em sua simbologia de representatividade do povo americano em geral. Por outro lado, devo reconhecer que vejo o Capitão como um personagem predominantemente conservador. Mas ao dizer isso, não estou afirmando que o mesmo existe para defender agendas republicanas e caricaturizar agendas democratas.  Ser conservador não significa necessariamente ser apoiador de um dos dois grandes partidos dos EUA, mas comprometer-se com a ideia de que as tradições e o passado são a grande bússola da decisão prudente; com a ideia de que os valores da ordem e liberdade devem ser compatibilizados na vida social, e que certamente a liberdade é amplamente superior à igualdade material; e, por fim, com a ideia de que o fomento das virtudes privadas de cada cidadão deve ser muito mais exaltado do que o apelo à ingerência governamental nos assuntos públicos. Na minha maneira de entendê-lo, parece-me que o Capitão América representa exatamente estas ideias. E como qualquer leitor inteligente pode perceber, tais ideias são latas o bastante para possuir um apelo quase universal, de modo que mesmo liberais mais moderados possam com elas se identificar. O problema começa quando abandonamos o sólido terreno dos princípios gerais para adentrarmos a polêmicas circunstanciais e específicas sobre as quais conservadores e liberais tem entrado em guerra. Eu certamente seria contrário a uma história do Capitão América em que feministas pro choice fossem mostradas como vilãs inescrupulosas (por mais que elas me causem náuseas), ou que eleitores de Bernie Sanders fossem apresentados como reprodutores de discursos stalinistas. Um herói de quadrinhos certamente não oferece o melhor mecanismo para tratar questões como essas. Além disso, uma história do Capitão América deveria concentrar-se nos pontos que unem os americanos, em lugar de fomentar a divisão entre eles (precisamente o que Spencer parece desejar). Afinal, o personagem representa um consenso forjado em torno de um ideal -- "the american dream". 

10 comentários:

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  2. Cara, gosto muito dos seus textos. E este me gerou algumas dúvidas: o Capitão América não deixou de ser um patriota da nação americana durante a Guerra Civil, já que deixou de defender os interesses da pátria em favor do ideal libertário? Aquilo também não foi uma traição ao personagem? Além disso, por ele ser um soldado, o que justifica ele derramar algum sangue, como você notou, infiltrar-se na hidra não seria algo semelhante e justificável?

    Outra coisa, vc escreverá sua opinião sobre o filme Guerra Civil? Achei que o lado político poderia ter sido melhor explorado, mas ficou em segundo plano no filme, bastante infantiloide.

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    1. Olá, Franz! Obrigado por participar desse blog, ao formular questões tão interessantes.

      Vou começar pela primeira. Não acho que o Capitão América deixou de ser patriota durante a "Guerra Civil", ao honrar o valor da liberdade. Explico. Creio que "pátria" significa muito mais do que as decisões circunstanciais tomadas pelo atual governo, e muito mais do que o voto majoritário da população sobre uma questão particular. A meu ver, a ideia de "pátria" está fortemente vinculada aos ideais que fundam uma nação, de forma que o indivíduo realmente patriótico é aquele que busca honrar estes mesmos ideias. E, como sabemos, os EUA, desde sua independência, caracteriza-se por uma forte adesão ao valor da liberdade, adesão esta que encontra forte expressão teórica nas obras de autores como Thomas Paine. Creio que seja por este motivo que nos EUA confunde-se tanto "conservadores" e "libertários": justamente porque a defesa da liberdade (o valor orientador dos libertários) faz parte das raízes históricas norte-americanas e fora reiterada em suas tradições (e a "tradição" constitui um dos conceitos basilares do pensamento conservador). Portanto, reitero a opinião de que o Capitão continuou a ser um patriota naquela ocasião, na medida em que suas atitudes tinham o objetivo de conservar um valor basilar sobre o qual a nação americana fora construída, e que se encontrava ameaçado naquelas circunstâncias por uma agenda política momentânea.

      Sobre a segunda questão. Não acho que "infiltrar-se" e, portanto, assumir falsos papéis, faça o tipo de Steve Rogers. De fato ele é um soldado; mas um soldado leal e sincero, honrado demais para a realização de dissimulações (principalmente se a dissimulação em questão possa manchar um SÍMBOLO). É por isso que Rogers sempre parece tão ingênuo ao lado de personagens como a Viúva Negra, ou Nick Fury, que são dissimulados patológicos. Em todo caso, de acordo com as informações de Spencer e do atual editor da revista do Capitão América (cujo nome esqueci), Rogers não está infiltrado na Hidra... ele esteve todo esse tempo infiltrado nos Vingadores.

      Sobre o filme, posso dizer que fiquei satisfeito. Não planejo escrever algo a respeito, pois julgo que o aspecto político não tenha sido muito diferente daquilo já apresentado no trabalho de Mark Millar, sobre o qual já escrevi. O capitão quer liberdade, o Stark quer ordem. Essa é a essência da questão política apresentada, e que fora conservada no filme (claro que de um modo um pouco mais tímido, como você bem observou).

      Abraços!

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  3. 1.) Thanks for linking to my blog. I appreciate it. 2.) I apologize for not speaking in Spanish. I think a quick Google translate will do a better job articulating my thoughts than an hour of trying to muddle through college-level Spanish.

    It's always interesting to me to see non-Americans who "get" America's core principles better than natural-born U.S. citizens. It's like I'm reading Alexis De Tocqueville's "Democracy in America" all over again.

    Keep up the good work!

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    1. Hi, Douglas! I really enjoy your work, so it's very honorable and pleasant to read such kind words. Thank you!

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  4. Existe uma diferença entre a PREGAÇÃO e a PRÁTICA dos cristãos. Só no papel que se acredita no "cristianismo, com sua pregação da lei do amor ao próximo e a doutrina segundo a qual todos são igualmente filhos do mesmo Deus" quando 2000 anos de História do Cristianismo (guerras entre cristãos, perseguição aos judeus, destruição de templos e sinagogas, falsificações, fraudes, mentiras, hipocrisias, venda de indulgências, adulteração da ordem dos livros da Bíblia judaica, imoralidades de todos os tipos, etc) não deixam dúvidas: enquanto bússola moral e ética, o cristianismo não pode mesmo ser levado a sério.

    O Cristianismo foi a primeira ideologia na História a pregar e praticar a DESTRUIÇÃO DE TODAS AS OUTRAS sociedades / culturas / civilizações e tentar se impor como a ÚNICA no mundo inteiro. A segunda foi o Islamismo. A terceira foi o Comunismo.

    Desde 1600 anos antes do Estado Islâmico, os Cristãos já DESTRUÍAM relíquias arqueológicas das civilizações mais antigas da História, como estátuas e templos de deuses, desde a Grécia até a Mesopotâmia, INCENDIAVAM bibliotecas como a de Alexandria, incinerando centenas de milhares de livros científicos, DEPREDAVAM locais de reza como sinagogas e até mesmo igrejas de facções cristãs rivais, GUERREAVAM contra seus próprios correligionários, QUEIMAVAM cidades inteiras, RASGAVAM a Constituição do Estado Laico, FECHAVAM locais de estudos como a Academia de Filosofia de Atenas fundada por Platão, ASSASSINAVAM horrivelmente escritores, filósofos e cientistas como Hipácia de Alexandria, pregavam o ÓDIO contra o sexo feminino, contra a Natureza, contra o Mundo e contra a Vida, com a auto-flagelação do corpo, dilacerando a própria carne, DISCRIMINAVAM minorias como cidadãos de segunda classe, PERSEGUIAM judeus e pessoas acusadas de bruxaria, ESCRAVIZAVAM povos inteiros, ESTUPRAVAM mulheres e meninas prisioneiras de guerra, viúvas e órfãs, TORTURAVAM suspeitos de serem hereges usando os métodos mais monstruosos e abomináveis e MATAVAM MILHÕES DE PESSOAS de todas as idades e religiões usando os piores requintes de crueldade. Com Todos os Crimes Contra a Humanidade sempre cometidos EM NOME DE DEUS.

    Estamos Vivendo a Época da SEGUNDA MORTE da Civilização Ocidental.

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    1. Ernesto, agradeço sua participação neste blog, mas não posso concordar com suas acusações contra o cristianismo.

      Você escreveu:

      "...quando 2000 anos de História do Cristianismo (guerras entre cristãos, perseguição aos judeus, destruição de templos e sinagogas, falsificações, fraudes, mentiras, hipocrisias, venda de indulgências, adulteração da ordem dos livros da Bíblia judaica, imoralidades de todos os tipos, etc) não deixam dúvidas: enquanto bússola moral e ética, o cristianismo não pode mesmo ser levado a sério."

      Ernesto, percebe que você acabou de descrever um padrão de comportamento humano, independente de qualquer filiação religiosa? Em todas as épocas e lugares conhecidos ou registrados encontraremos guerras, falsificações, mentiras, etc. O cristianismo não inventou nada disso. E também jamais foi da índole cristã extirpar tamanhos males. Com o dogma do pecado original, reconhece-se que há um mal radical na alma humana, incluindo aí a alma do cristão. O verdadeiro cristão não é aquele que se julga perfeito, mas aquele busca a perfeição, aproximando-se de Deus. Este é o significado do amor, enquanto virtude teologal. Além disso, tudo o que a religião cristã pode fazer enquanto "bússola moral" é justamente apontar o caminho (afinal, as bússolas não podem fazer outra coisa). Seguir esse caminho depende de um ato de escolha individual que não pode ser controlado a priori, mas apenas julgado a posteriori. Agora eu pergunto: Os caminhos que cristianismo aponta são moralmente condenáveis? É condenável recomendar amar o próximo? Ou conceder caridade ao necessitado? Ou sentir compaixão por aquele que sofre? Ou exigir justiça para aquele que fora lesado? Particularmente, creio que não. Logo, o cristianismo não falhou enquanto "bússola moral". Se apesar destas indicações continuamos a causar males, então somos nós que falhamos diante do cristianismo. Além disso, o cristianismo jamais se propôs a reformar a natureza humana. Apenas os ideólogos se propõem a isso, e o resultado, desde Robespierre, tem sido sempre catastrófico.

      Você escreveu:

      "O Cristianismo foi a primeira ideologia na História a pregar e praticar a DESTRUIÇÃO DE TODAS AS OUTRAS sociedades / culturas / civilizações e tentar se impor como a ÚNICA no mundo inteiro. A segunda foi o Islamismo. A terceira foi o Comunismo."

      Por favor, peço que me indique uma única passagem do Novo Testamento, ou de qualquer escrito dos grandes doutores da Igreja (Agostinho, Aquino, Scotus, etc) onde se recomenda a destruição de todas as civilizações (eu nunca vi).

      Você escreveu:

      "(os cristaos) FECHAVAM locais de estudos como a Academia de Filosofia de Atenas fundada por Platão, ASSASSINAVAM horrivelmente escritores, filósofos e cientistas"

      Você esquece de mencionar que, na verdade, a filosofia grega só sobreviveu através dos tempos graças ao estudo da filosofia de Platão durante a patrística, e depois pelo aprofundado estudo de Aristóteles durante a escolástica (cujos padres chamavam o estagirita de "O filósofo", em sinal de claro respeito e reverência). De resto, mais uma vez você atribui especificamente ao cristianismo uma série de crimes e neuroses que, na verdade, expressam um padrão de comportamento humano. Então por que não condenar a espécie humana, em lugar de condenar o cristianismo? Ouso dizer que você permitiu-se seduzir por aquilo que julgo ser a maior falácia humanista, que encontra na filosofia Rousseau uma de suas maiores expressões: A ideia de que nós, seres humanos, somos bons e prefeitos, e se causamos o mal, isso se deve a alguma influência externa. Eu não acredito nisso. Acredito que o mal faz parte de nossa natureza, e se imputados esse mal a alguma doutrina, então esta doutrina deve ser examinada em si mesma, para então sabermos se estamos agindo sob influência ou se estamos subvertendo algum ensinamento na esperança de justificarmos nossa própria malevolência, e com isso cometendo aquilo que Kant chamou de "autoengano".

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    2. A meu ver, o cristianismo não oferece nenhum dogma ou princípio que justifique malevolência de qualquer tipo. O cristianismo não divide a humanidade em classes sociais ou raças, fomentando o ódio (uma vez que todos são iguais diante de Deus); não responsabiliza outras pessoas, ou o sistema econômico, pelos nossos próprios insucessos ou mesmo pelos nossos crimes (uma vez que rejeita o determinismo e abraça o dogma do livre-arbítrio); rejeita duramente todo tipo de concupiscência; não nos incentiva a idolatrar líderes messiânicos como Stalin, Che, ou Fidel (pois nesta terra todos são imperfeitos e pecadores); e por fim, rejeita qualquer ilusão relativa à busca humana pela imposição de alguma utopia política (pois como ensina Eric Voegelin, ao insistir que este mundo não é o reino de Deus, Cristo previne-nos contra o mal da "imanentização dos símbolos da transcendência", que é um dos grandes males das ideologias de esquerda).

      Portanto, ouso até mesmo dizer que o cristianismo, longe de ser causa de nossa decadência, é na verdade nosso melhor remédio, do qual infelizmente ainda não conseguimos fazer uso totalmente apropriado.

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  5. Só podia ser um picareta comunista para PERVERTER o Capitão América em seu próprio arqui-inimigo.

    A Esquerda é o Midas ao contrário: tudo o que toca vira m#%&@. E ser esquerdista é antes de tudo ser TRAIDOR. Do próprio país e principalmente traidor de si memo. A Marvel Comics já foi á falência 4 vezes em 20 anos e pelo jeito não vai se emendar nunca, porque o objetivo desses desgraçados é destruir TUDO, até os próprios negócios americanos. Nick Spencer é uma pústula podre tão odioso e repugnante quanto o deus dele, Barack Hussein Obama, o Obaminável 100% Fraudulento Anti-Americano.

    Obama DESTRUIU os EUA em todos os sentidos: sociedade, economia, política, decoro, relações exteriores, até a demografia. Racista, muçulmano e comunista. É o pior INIMIGO da América. Só se reelegeu por FRAUDE ELEITORAL. Ele próprio assume que é a favor de rasgar a Constituição do país e conceder voto a estrangeiros ilegais.

    Enquanto Obama matou a América, Nick Spencer matou o Capitão América.

    E jogou o próximo Capitão América na parada gay.

    Dizer que "o Capitão América sempre foi um nazista", (mesmo quando combatia os nazistas, mesmo tendo sido criado especificamente para destruir o Nazismo como algo antiamericano) é a mais extrema manifestação da DEMÊNCIA ESQUERDOPATA em mentir as mentiras mais débeis-mentais típicas dos COMUNISTAS, pois não eles não conseguem disfarçar o ÓDIO CONTRA A AMÉRICA e essa é a maneira dos excrementos comunistas dizerem: "Os Estados Unidos da América sempre foram um país nazista."

    Mesmo quando os EUA combatiam os nazistas, e mesmo antes de entrarem na Segunda Guerra Mundial, nos fins de 1941, eles criaram o Capitão América já em 1940, já odiando o Nazismo como algo anti-americano.

    A Esquerda está cada vez mais descarada. Desde 2007, quando inventaram Obama, todos os antiamericanos pensam que podem fazer qualquer coisa. Até entupir de m#$%@ a cabeça das crianças americanas e fazê-las odiar o próprio país e desejarem a DESTRUIÇÃO dos Estados Unidos da América --- odiando o Capitão América como sendo "a representação de um país nazista, de um povo nazista, de uma cultura nazista, de uma raça branca nazista".

    Marvel Comics, vá se f#$%r.

    Agora que Donald Trump está eleito presidente dos EUA, está claro o que é que a maioria do povo americano pensa de todos os excrementos comunistas que a Marvel e a DC andaram vendendo para as crianças. Inutilmente.

    Nick Spencer, você já pode se mudar para o Canadá. Aproveite para se matar por lá mesmo. Pode bater a cabeça na parede até teus miolos de b#$%@ explodirem, ou se jogar nas cataratas do Niágara.

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